Taquígrafo: Qual a função? Qual o salário? Ainda existe?

Publicado por Lidia Massari em 4 de março de 2022

Se você está pensando em se tornar um taquígrafo, mas desconhece completamente o processo de formação e remuneração, chegou ao lugar certo.

Para muitos, a taquigrafia é considerada uma profissão extinta, pois quase não se ouve falar desse mercado. Porém, a realidade é completamente oposta, ou seja, a profissão nunca esteve tão viva, o que falta mesmo são profissionais qualificados.

Diante disso, você já compreende que é um segmento carente de taquígrafos experientes, tornando a sua inserção ainda mais promissora. Vamos conferir?

O que faz um taquígrafo?

Você já esteve em alguma audiência judicial, em que lá no canto próximo ao juiz, uma pessoa digitava rapidamente tudo que era falado na sessão?

Ou no plenário, enquanto há grandes discussões, apresentação de projetos e defesa argumentativa, sempre há alguém responsável por transcrever tudo que é falado em tempo real. Esse é o papel desse profissional!

O taquígrafo é o profissional especializado em escrever através de sinais convencionais e símbolos. Os símbolos, por sua vez, são representações diretas de fonemas próprios da língua portuguesa, elemento que permite a transcrição de cada palavra em simultâneo.

Além disso, até pouco tempo (e em alguns casos até hoje) utilizava-se gravadores para captar o que era dito e transcrito de forma correta posteriormente.

Quem nunca ouviu falar sobre essa profissão pode imaginar que se trata de algo recente. Entretanto, é algo que existe desde a antiguidade clássica, período em que se consolidou as primeiras demonstrações políticas, orais e até mesmo do judicial.

“Ah, mas olhando dessa forma até parece que o taquígrafo profissional possui um pequeno mercado de atuação”. Muito pelo contrário, há uma amplitude considerável de cargos ocupados na taquigrafia.

12 tipos de trabalho para atuar na taquigrafia

taquígrafo

Primeiramente, vale dizer que o profissional tem ao alcance os setores públicos e privados. É importante falar sobre isso, pois é comum assumir apenas cargos públicos de grande exposição, como é o caso das assembleias legislativas.

Sendo assim, o profissional devidamente formado e capacitado tem a liberdade para ir em busca dos seus objetivos através de diferentes esferas, veja exemplos:

Atuando no setor público

  1. Poder Legislativo: Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Assembleias Legislativas, entre outros.
  2. Poder Judiciário: Justiça Comum (federal e estadual) e Justiça Especializada (trabalho, eleitoral e militar).
  3. Investigações: o taquígrafo também pode atuar em investigações, em inquéritos policiais e perícias técnicas.

Atuando no setor privado

  1. Entrevistas e ações de contratação.
  2. Reuniões com diferentes finalidades e níveis de especialização.
  3. Simpósios e Palestras para os mais distintos setores e segmentos do mercado.
  4. Congressos e seminários empresariais.

Atuando como taquígrafo independente

  1. Ações e eventos sindicais.
  2. Reuniões de condôminos.
  3. Assembleias de conselho.
  4. No acompanhamento de pesquisas focadas no mercado (trabalho, quantitativo e qualitativo).
  5. Em programas de televisão onde a transcrição é fundamental para o desenvolvimento das transmissões.

Em resumo, onde houver a necessidade e imprescindibilidade de gerar documentos e registros por escrito, o taquígrafo é requisitado.

Percebe como, mesmo em vista da quantidade de oportunidades, pouco se ouve falar sobre o assunto?

Quanto ganha um profissional taquígrafo?

O preparo e conhecimento profissional são influenciadores que distinguem os taquígrafos, no sentido da valorização do mercado sobre seus trabalhos. Na prática, há grandes diferenças nos salários, pois depende muito dos anos de experiência.

Conheça agora a remuneração aproximada do profissional da taquigrafia:

  • Salário base do iniciante: R$1.700,00 a R$1.900,00.
  • Salário base do profissional experiente: R$3.400,00 a R$5.500,00.
  • Quanto ganha um taquígrafo independente: R$3.400,00 a R$5.200 (lembrando do nível de experiência e relevância da empresa).
  • Salário do profissional em cargo público: por exemplo, no Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJRS) varia de R$13.000,00 a R$15.000,00 e na Assembleia Legislativa de Goiás R$8.400,00 a R$9.100,00.

Você pode estar pensando: “mas então vou direto me aplicar aos cargos públicos”. Certamente representam maiores ganhos. Porém, as exigências são maiores, como experiência, formação e qualidade das transcrições.

Muitas são as razões que podem dificultar alguém de perseguir essa carreira, mas gostaria de destacar uma que acredito ser a mais importante entre todas.

A qualificação para essa profissão é algo que costuma pegar as pessoas desprevenidas. Isso porque entre as exigências, não apenas para formação, mas sobretudo para a atuação profissional, está o domínio da língua portuguesa.

Nesse sentido, estou falando das questões de pontuação, como a vírgula. Para um taquígrafo talvez não exista elemento mais importante, visto que é a vírgula quem permite dar sentido e ênfase adequados para a transcrição fiel.

O que quero dizer, é que a carreira pode representar uma jornada, já que o profissional deve se aprimorar a cada dia. Afinal, é um processo contínuo de aprendizagem, especialmente no que diz respeito a conhecer de ponta a ponta o português!

A profissão de taquígrafo existe até hoje?

Sim, até hoje encontramos profissionais que fizeram a carreira da vida através da taquigrafia. Inclusive, novas posições são abertas diariamente, mas infelizmente faltam profissionais que consigam preencher as muitas vagas abertas.

Não à toa, no último levantamento de 2017, constatou-se que haviam apenas 1.068 profissionais devidamente ativos.

Em contrapartida, somando as vagas disponíveis no Poder Legislativo de 868 e 462 no Poder Judiciário, chegamos a um total de 1.330 vagas abertas. Como resultado, havia um déficit de 262 vagas, ou seja, existem mais vagas do que profissionais.

Aliás, não há como falar na realidade da taquigrafia com escrita e utilização de cadernos e gravadores, e não relacionar à evolução da tecnologia.

Portanto, essa é mais uma preocupação que todo novo profissional, mas sobretudo os mais experientes, devem considerar.

E as empresas e poderes públicos têm a missão de oferecer precisamente o que os profissionais necessitam para acompanhar essa mudança em tempo real.

O que precisa para trabalhar como um taquígrafo profissional?

Quando falamos em cargos particulares, as exigências são menores, tais como:

  • Ensino Médio completo até a candidatura à vaga.
  • Realização de curso profissionalizante de Taquigrafia.

Essas são regras básicas, mas o profissional deve ir além, ou seja, precisa se diferenciar por meio de cursos de especialização. Mesmo porque, se um dia o candidato almeja as esferas públicas do governo, as exigências passam a ser:

  • Formação em Curso Superior de qualquer área (se possível, opte pelo curso de Letras, isso ajuda a absorver melhor o trabalho).
  • Realização de curso profissionalizante de Taquigrafia.
  • Em vagas de alta concorrência, os candidatos ainda estão sujeitos à carga de experiência que carregam ao longo dos anos.

E então, conseguiu compreender melhor como é o universo de um taquígrafo? A principal coisa que deve saber, é que a profissão está viva. Está dependente apenas da profissionalização de mais pessoas. Além disso, tem acompanhado a evolução tecnológica dos últimos anos.

Espero muito que tenha gostado das minhas dicas, não deixe o conhecimento parar por aqui, compartilhe nas redes sociais para levar essa oportunidade para mais pessoas. Até a próxima!

Lidia Massari
Graduação em Publicidade e Propaganda, com oito anos de especialização em Marketing de Conteúdo, Inbound e SEO. Sou entusiasta de tecnologia, inovação, fascinada pela robótica e filmes de ficção científica. Sou curiosa e adoro aprender coisas novas.

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