Aquisições e fusões acontecem frequentemente no universo das fabricantes de automóveis, logo, Fiat e Jeep são a mesma empresa? O que mudou nos últimos anos?
Onde quer que você vá no Brasil, lá estão os veículos produzidos pela icônica Fiat. Já a Jeep, entrou com tudo e hoje busca a liderança na categoria dos SUVs brasileiros. Até aqui nenhuma novidade, certo? Prepare-se para o que vem a seguir.
Ao longo do conteúdo, você terá acesso a informações assertivas, atualizadas e embasadas nas recentes mudanças no setor automotivo global. Acompanhe!
Fiat e Jeep são a mesma empresa? Fazem parte do mesmo grupo?

Você tem se perguntado o que a Fiat tem a ver com a Jeep? Primeiramente, Fiat e Jeep não são a mesma empresa, porém, elas pertencem ao mesmo grupo, assim como várias outras marcas.
Então, não é verdade que a Fiat comprou a Jeep, como circulou na internet nos últimos meses. Mesmo porque as duas fabricantes possuem visões bem diferentes e público-alvo específico, quase nem competem pelo mesmo espaço.
Começando com a Jeep, a fabricante foi fundada em 1941, na cidade de Toledo, Ohio, nos Estados Unidos. Consequentemente, a marca nasceu de forma independente, mas ao longo da história, ela foi comprada e fundida a outras empresas.
História recente da Jeep no mercado e o papel da Fiat

- A Jeep foi gerenciada pela General Motors de 1991 a 2015.
- Nesse período, aconteceu muita coisa, como a crise financeira internacional de 2008, que atingiu os Estados Unidos em cheio.
- Como consequência, em poucos meses o governo americano aprovou a fusão dos grupos Fiat International e o Grupo Chrysler.
- Nesse meio de campo estava a Jeep, que permaneceu sob liderança da GM, mas inserida no novo grupo.
- Entretanto, em 2015, o Grupo FCA US (Fiat Chrysler Automobiles) adquiriu direito total sobre diversas marcas, inclusive da Jeep.
- Mesmo aqui, Fiat e Jeep não são a mesma empresa, pois têm processos produtivos e indústrias distintas.
- Esse ecossistema de marcas e fabricantes sob domínio da FCA, liderou o mercado até 2021.
- Contudo, a entrada de novas empresas, a oscilação econômica e a concorrência acirrada, tornaram sua existência um grande desafio.
Em meio à perda de mercado em 2021, o Grupo FCA se funde ao Grupo PSA. Por sua vez, o Grupo PSA Peugeot Citroën também passava por momentos delicados, principalmente em mercados específicos, como o Brasil.
Como diz o ditado, “uniu o útil ao agradável”. E o resultado dessa fusão é o surgimento da Stellantis, a 4° maior montadora de carros do mundo.
Como o Grupo Stellantis foi criado? Quais marcas pertencem ao conglomerado?

A Stellantis foi uma resposta rápida para acomodar as mudanças que o Grupo FCA e o Grupo PSA tanto precisavam. Com isso, a fusão, com valor de mercado de US$50 bilhões, supriu assertivamente os gargalos operacionais e financeiros das empresas.
O mais interessante é que isso não mexe apenas com a cadeia produtiva do mercado, mas sobretudo, com os bastidores. Isso porque a junção de processos exigiu a criação de um quadro administrativo considerável.
Foram necessários 45 executivos globais e regionais para formar o Conselho que ficaria à frente do grupo. O intuito era adaptar à nova realidade, que incluía presença em 130 países e fábricas espalhadas em 30 países.
Inclusive, a fusão reuniu mais de 400 mil colaboradores, ou seja, a mão de obra necessitava de uma organização impecável. Aqui no Brasil, o grupo possui 4 empresas nos estados de Minas Gerais, Paraná, Pernambuco e Rio de Janeiro.
Agora você se pergunta: “já que Fiat e Jeep não são a mesma empresa, quem cria as regras?”. À época, cerca de 14,4% das ações de toda a operação pertencia à Exor, proprietária da Fiat-Chrysler.
Em contrapartida, a família Peugeot ficou com 7,2% como acionista da Stellantis. Enquanto o governo francês e a chinesa Dongfeng, tinham 6,2% e 5,6% respectivamente. Dá uma olhada no “pequeno” portfólio do Grupo Stellantis.
Quais são as marcas do grupo Stellantis?

- Abarth
- Alfa Romeo
- Chrysler
- Citroën
- Dodge
- DS Automobiles
- Fiat
- Jeep
- Lancia
- Maserati
- Opel
- Peugeot
- Ram
- Vauxhall
Além dessas marcas, o grupo ainda é dono da Free2Move, plataforma que simplifica a locação de veículos. Em Amsterdã, Holanda, é onde está a sede da Stellantis. Por lá, eles oferecem a plataforma Leasys, também especializada em locação.
Conheça as características comerciais do Grupo Stellantis

Acredito que apenas com as informações acima, dá para perceber que o poder financeiro da Stellantis é surreal, certo? Afinal, mais de 45 executivos estão à frente do projeto que mira avançar no mercado automotivo.
Contudo, eu separei outras informações bacanas da Stellantis, de modo que você fique por dentro deste novo conglomerado de empresas.
- Existem 9 comitês diferentes para lidar com a gestão do grupo.
- A receita anual gerada pelas empresas supera 165 bilhões de euros, algo próximo de 892 bilhões de reais.
- No Brasil, o grupo se destaca anualmente, e já conquista pelo menos um terço do setor.
- Dentre as marcas presentes no Brasil, destaco Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e Ram.
- Em 2022, a Fiat alcançou 21,4% de captação de vendas no mercado brasileiro.
- No mesmo período, as outras marcas se destacaram como: Jeep (7,67%), Peugeot (2,63%), Citroën (1,4%) e Ram (0,1%).
- Por conseguinte, a Stellantis assegurou 33,2% do mercado automotivo brasileiro.
Especialistas acham que essa foi uma das fusões mais bem-sucedidas. Primeiro porque o Grupo PSA consolidou presença pujante no mercado europeu. Por outro lado, a Fiat se firmou onde já havia estabelecido relevância, no mercado da América Latina.
Desse modo, o grupo agrega valor em cada região de atuação, maximizando faturamento e fazendo a engrenagem da empresa girar.
Fiat e Jeep são a mesma empresa? Vamos concluir essa questão?
Acha que ficou mais claro responder se Fiat e Jeep são a mesma empresa? Sabe aquele plano de montar uma concessionária de carros? Então, você está com um pé dentro do cenário mais atualizado possível, concorda?
De uma forma ou de outra, é muito interessante desvendar as transformações deste segmento global, né? Espero muito que tenha gostado das minhas dicas, se você conhece alguém que não entende nada do mercado, compartilhe. Até a próxima!